---

TEXTO FINAL

A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner(1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a idéia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas.

Na sua pesquisa, Gardner estudou também o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças superdotadas, adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades sejam sequer atingidas, populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidades intelectuais, como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.

Gardner identificou as Inteligências múltiplas como competências intelectuais relativamente independentes, que têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios.

Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner classificou oito Inteligências Múltiplas:

- A Inteligência lingüística ou verbal, que se caracterizada por extrema sensibilidade a estrutura, som, significado e funções da palavra na linguagem;

- A Inteligência lógico-matemática, manifestada pela capacidade e sensibilidade para discernir padrões lógicos ou numéricos e a capacidade de raciocínio lógico;

- A Inteligência espacial que está muito ligada à criatividade e à concepção, no plano espacial, de sólidos geométricos. Destaca a capacidade de perceber com relativa exatidão o mundo vísuo-espacial e de realizar transformações nessas percepções;

- A Inteligência sonora ou musical associa-se à percepção do som como uma unidade de linguagem. Destaca-se pela capacidade em se produzir e apreciar ritmos, tons, timbres e identificar diferentes formas de expressividade musical;

- A Inteligência cinestésico-corporal é a Inteligência do movimento. Associa-se à linguagem corporal e a capacidade de controlar os movimentos do corpo e manipular objetos com destreza;

- A Inteligência naturalista que está estruturalmente ligada à vida animal e vegetal e, por esse motivo, é também conhecida como Inteligência biológica ou ecológica;

- A Inteligência Intrapessoal, ligada ao autoconhecimento, percepção de identidade e conseqüentemente à auto-estima e compreensão plena do “eu”, assim como à capacidade de discernir e discriminar as próprias emoções;

- A Inteligência Interpessoal, associada à empatia, relação com o outro e sua plena descoberta, com “abertura” para responder adequadamente aos temperamentos, estados de humor, motivações e desejos de outras pessoas.

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Para ele, a inteligência compõe-se de um amplo espectro de competências inter-relacionadas, algumas das quais antigamente eram considerados dons, talentos ou virtudes. Sendo assim, ninguém recebeu dádivas especiais e exclusivas. O que nos falta é treino.

Ao que se refere à Educação, as implicações de sua teoria são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura. A teoria das Inteligências Múltiplas não apresenta testes. Tem por base, a amplitude e a democratização do ritmo de aprendizado, abominando todos e quaisquer sistemas de aferição e classificação de inteligências ou processos mentais. Todo o seu alicerce metodológico parte de experiências, observações e vivências de situações em diversos planos.

Quanto a Hiperatividade, podemos assim dizer que esta é chamada também de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade/Impulsividade (abreviado como TDAH, em português, ou ADHD, em inglês). Já foi denominado de Distúrbio do Déficit de Atenção, sendo conhecido pela sigla DDA (em inglês). As pessoas portadoras do TDAH têm muitas coisas em comum, mas não são necessariamente iguais no seu comportamento. Os sintomas podem ser sempre os mesmos, mas sua expressão vai depender de quem os manifesta. Existem três tipos de TDAH: forma predominantemente hiperativa/impulsiva (impaciência e inquietação), a forma predominantemente desatenta (distração, falte de atenção e concentração), e a forma combinada (desatenção e hiperatividade). De forma resumida podemos dizer então que a hiperatividade corresponde a um conjunto de características como: desatenção, agitação psicomotora, excesso de atividade, emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustração (dificuldade para adiar recompensas, e superar contrariedades).

A hiperatividade se manifesta a partir de quatro características de comportamento: Desatenção e dificuldade de concentração, superexcitação e atividade excessiva (dificuldade para controlar o corpo em situação que exigem que fiquem sentados e em silêncio por muito tempo),impulsividade (dificuldade de pensar antes de agir e seguir regras), dificuldade com frustrações (não suportam ser contrariados, têm dificuldade para trabalhar com objetivos de longo prazo). É importante salientar que os pais não causam a hiperatividade, mas seu comportamento pode determinar o número de problemas em casa, na escola e com os amigos. No entanto, as causas podem ser diversas tais como: hipertireodismo, regime alimentar, oxiurose, apnéia do sono, anemia, efeitos colaterais de medicamentos (fenobarbital, antialérgicos,etc.), e intoxicação por chumbo. As causas citadas acima podem ser tratadas e levar a uma redução dos sintomas da hiperatividade, porém existem outras causas, tais como: danos cerebrais (causadas por acidentes), problemas durante o nascimento, hereditariedade, disfunção do centro de atenção do cérebro. Os tratamentos utilizados em crianças hiperativas são o medicamentos ( que na maioria das vezes é o uso de Ritalina), as técnicas de orientação e as técnicas de desenvolvimento de aptidões. Todas as três intervenções são utilizadas em casa, na escola e no pátio do recreio. A combinação entre as três técnicas parece garantir a melhor promessa de orientação bem sucedida de crianças hiperativas. Embora a hiperatividade não tenha cura, pode ser controlada. Esse controle requer compreensão e informações para lidar com a hiperatividade e a ajuda de profissionais (neurologistas e psicólogos) também se faz necessária. O papel dos pais nesse processo é fundamental, pois estes precisam entender e administrar o temperamento difícil de seu filho, buscar aumentar o seu relacionamento social para que a criança identifique o problema em si.

Tania Mara